Que Papelão !!! Um ministro de R$ 1 milhão na bagagem

Que Papelão !!! Um ministro de R$ 1 milhão na bagagemNa época em que foi abordado pela Polícia Federal, Hilton contou que os recursos, em notas de vários valores, eram provenientes de doações de fiéis do sul do estado

Publicação: 25/12/2014 09:08 Atualização: 25/12/2014 09:54

Agência Câmara/ Divulgação
Agência Câmara/ Divulgação
O futuro ministro do Esporte, George Hilton, anunciado na terça-feira (23) pela presidente Dilma Rousseff (PT), foi flagrado, em 2005, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), com R$ 600 mil em espécie (R$ 976 mil em valores atualizados). O dinheiro estava distribuído em 11 caixas de papelão. Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, ele era, na época, deputado estadual do PFL em Minas Gerais. Na ocasião, após ser surpreendido, a Polícia Federal o liberou. Levantamento do Correio aponta que George Hilton dobrou seu patrimônio desde que passou a informar à Justiça Eleitoral os valores de seus bens. Era de R$ 294 mil em 2006, quando obteve seu primeiro mandato de deputado federal. Em 2010, ele foi reeleito e afirmou ter R$ 472 mil. Este ano, quando também foi reeleito, o valor declarado foi de R$ 669 mil. 

Na época em que foi abordado pela Polícia Federal, Hilton contou que os recursos, em notas de vários valores, eram provenientes de doações de fiéis do sul do estado. Acabou sendo expulso pela Executiva Nacional do partido. Na época, o senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), morto em 2007, foi contra a expulsão, mas a maioria do comando partidário achou melhor tomar a atitude para se contrapor ao escândalo do mensalão petista, que ganhava força na imprensa e no Congresso. 

No momento em que foi flagrado no aeroporto, Hilton estava acompanhado do vereador do PL em Belo Horizonte Carlos Henrique da Silva, também pastor da Universal. Os dois estavam numa aeronave particular e vinham de Poços de Caldas. O Departamento de Aviação Civil havia alertado a Polícia Federal de que o avião transportava dinheiro. Quando desembarcaram, os dois foram imediatamente abordados. A liberação das malas e dos políticos foi autorizada pelo delegado executivo da PF em Minas, Domingos Pereira dos Reis.

Em 2012, Hilton foi candidato a prefeito de Contagem (MG). Não obteve sucesso. Na época, declarou possuir R$ 626 mil, contra os R$ 669 mil informados este ano, que incluem uma residência e um automóvel VW Jetta. Em 1998, declarou apenas uma linha de telefone celular, sem informar os valores, quando disputou uma vaga de deputado estadual pelo PST. Em 2002, um apartamento, um Gol e um Vectra. Nas últimas eleições, ele teve R$ 496 mil em doações recebidas. A maior parte veio do comitê financeiro do PRB, mas com origem em empresas como JBS S.A., Bradesco, Construtora Queiroz Galvão e Cervejaria Petrópolis.

Nos três mandatos em que esteve na Câmara, Hilton gastou R$ 1,77 milhão do cotão, entre 2009 e este ano. O cotão é uma verba multiuso para pagar despesas como alimentação, hospedagem, combustíveis e passagens aéreas. Desse valor, o maior beneficiário foi a empresa Taguauto Automóveis (R$ 215 mil) e o escritório de advocacia Toccafondo e Coelho (R$ 181 mil).

O perfil do deputado George Hilton na Câmara informa que o parlamentar, formado em ciências sociais, já foi radialista, apresentador de televisão, teólogo e animador. Coordenador da Frente Parlamentar do Combate ao Roubo de Cargas e membro do Parlamento do Mercosul e da Comissão de Relações Exteriores, Hilton é presidente regional do PRB-MG e líder da legenda na Câmara.

Nesta quarta-feira (24), a assessoria de imprensa do novo ministro afirmou que não houve nenhuma abertura de inquérito ou processo em razão da apreensão do dinheiro. O deputado era responsável pelo setor de arrecadação da igreja e seria feita uma remessa de valores arrecadados no fim de semana de Belo Horizonte para São Paulo. A assessoria ressaltou ainda que não era possível esperar a abertura do banco, na segunda-feira. “Era mais seguro”, atesta.

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